Escalando a agulha do diabo


No abrigo do elefante, em Petrópolis, surgiu o assunto agulha do diabo, lugar fantástico, de difícil acesso que nos chamou muito a atenção.

Conversamos de fazer a escalada, mas, o assunto ficou meio esquecido devido ao fim da temporada e época de chuva.

Foi em um sábado, que a Ana veio com a noticia, de que a Helena estava afim de ir pra agulha, pirei com a idéia, pensamos nas alternativas, olhamos o clima, e montamos a trip, Ralf, Ana, eu e Helena, única que já havia feito a agulha várias vezes e conhecia a trilha muito bem.

Chegando em Tere, fomos surpreendidos por piratas, enfermeiras, uma festa a fantasia quase na entrada do parque, uma hora e meia no transito...

Chegando atrasados começamos a caminhada às 8 da manhã, caminhada longa e cansativa, mas, quando pegamos a bifurcação de acesso ao paredão paraguaio, fui surpreendida pela bela visão da verruga do frade, e toda a serra dos órgãos, demais, agora só falta a agulha.

Descemos o grotão que dá acesso a agulha, lugar úmido e com uma bela vegetação além de um riacho onde pudemos coletar água. Subindo o mesmo grotão passando um lance de caverninha chegamos na base da via, onde já havia outras pessoas que iam fazer o diabinho outra agulha menor localizada ao lado da agulha do diabo e com visual incrível. Estava com sede de escalar, e a Helena foi uma ótima parceira me deixando guiar quase tudo, pois já havia feito a via várias vezes.

Bom, agora é tocar pra cima, Ralf e Ana foram na frente para dar uma acelerada, depois saiu eu e a Helena, a primeira cordada linda, com pequeno diedro fendado na saída, uma escalada diferente das comumente feitas, pois entalava o pé esquerdo e me subia nele, não havia quase nada a direita. Chegando na parada parti pra segunda, pirei!! Muito entalamento, showw escalar em meio a vegetação é incrível, mais incrível é com todo aquele visual, o garrafão..


caminhando para a terceira, chegamos na base da primeira chaminé, o Ralf saiu guiando e não sabia direito aonde ir, a Helena foi junto, bem dizer solando, para mostrar ao Ralf o caminho, incrível o lance, com pedras entaladas no meio da chaminé, e como ela já estava lá em cima, fiz a cordada de segundo, curtindo cada momento.

principalmente o cavalinho, que tinha no meio da chaminé, um lance em oposição, que com certeza, se estivesse guiando ia sentir falta de um frend. Mais uma caminhadinha e chegamos na unha, outra pedra encostada na agulha, para acessar a chaminé dentro da unha, há um lance em diagonal, o Ralf fez o lance pela borda da pedra, eu entalada de barriga pra baixo, e a helena de barriga pra cima, foi engraçado. A Ana também, como ótima bolderista, passou voando pela borda.

Dentro da unha, a chaminé começava apertada e ia abrindo, fui caminhando por baixo devido ao meu tamanho, enquanto os outros iam chaminelando em diagonal até o meio da unha, onde havia os grampos. Rapidão estava na ponta da unha onde há uma parte super vertical, com cabos de aço até o cume.

Então, só alegria, comemoração, assinar o livro.. e sentir toda a vibração do lugar, fantástico, se tivesse oportunidade, ficaria lá meses, sem problemas. Curtindo os caminhos, as pedras, as vias...


caminhos de pedra

Nas andanças por caminhos de pedra, me encontro agora, na comunidade do taquaril,
na cidade de pedro. Petrópolis, dormindo nas noites enluaradas a sombra da pedra do elefante. Gigante acolhedora, adotada também por pessoas queridas como Ana e Ralf, que a sua margem construiu o abrigo do elefante, lugar que acolhe escaladores de todos os cantinhos do mundo, e me manteve confortável e aquecida.
Cheia de vias longas, e falésias, a pedra também apresenta muitos veios, conhecidos pelos escaladores como urutú, além de fendas e muitos blocos, espalhados em toda a volta da pedra


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visual dos 3 picos do cume do elefante

Alpamayo, Huascarán e Pisco

mais uma grande aventura de nosso amigo, Aleomar Gallassi
experiências em alta montanha no Peru!


Ano passado, depois que voltei da Bolívia, com uma bem sucedida expedição de quatro montanhas escaladas acima dos 5.000m e uma acima dos 6.000m, comecei a pensar qual seria minha próxima expedição em alta montanha. O Peru era uma opção, mas só fui me decidir, quando lendo os e-mails recebidos da lista de discussão Hang On, encontrei o de um colega com várias dicas sobre Huaraz e suas montanhas. Não tive mais dúvida… iria mesmo para o Peru!!! Iniciei imediatamente a busca por informações mais detalhadas e constatei que o nível de dificuldade destas montanhas era bem mais elevado que as da Bolívia, então comecei a treinar… e a treinar muito.


As escaladas em alta montanha no Peru se concentram em duas cordilheiras: a Blanca e a Huayhuash. Ambas são braços da Cordilheira dos Andes e por possuírem várias montanhas íngremes e técnicas, muitas acima dos 6.000m, são consideradas por grande parte dos montanhistas, como o melhor lugar do mundo para se escalar alta montanha fora do Himalaya.

Esse alto nível acabou me motivando ainda mais, pois, além de me divertir, queria estender um pouco mais meus limites. A Cordilheira Blanca por ser um pouco mais acessível e conhecida que a Huayhuash é a mais procurada. Tem 180quilômetros de extensão por apenas 20 de largura. Localizada a norte de Lima e disposta paralelamente a 100quilômetros do Pacífico, possui 25 montanhas acima dos 6.000m e outras 35 acima dos 5.700m. É nela que se encontram as duas mais famosas montanhas do Peru: o Huascarán 6.768m, a mais alta montanha tropical do mundo e a mais alta do país, e o Alpamayo 5.947m, considerada a “Montanha mais linda do mundo” em uma exposição fotográfica realizada em Munich, Alemanha, em 1966.

Eram essas duas, além do Nevado Pisco 5.752m, que eu tinha planejado escalar.

Era um objetivo audacioso, mas eu estava confiante. Peguei o avião em São Paulo para Lima e logo em seguida o ônibus para a cidade de Huaraz, porta de entrada para Cordilheira Blanca. Cheguei em Huaraz e depois de dois dias na cidade, entre acerto de detalhes e aclimatação em Laguna Churup, parti para 4 dias de escalada ao Nevado Pisco.

Das três montanhas que queria escalar, esta era a mais fácil. Subimos no primeiro dia, Daniel(guia), Cleber(porteador) e eu, até Campo Base 4.650m, por uma trilha fácil de 3 horas, mas que pra mim que ainda estava começando, parecia ter levado muito mais tempo. A partir deste Campo pode-se fazer o ataque ao cume numa desgastante jornada de 15 horas entre ida e volta, não é a melhor opção para quem quer se aclimatar, mas muitos o fazem. Eu optei por fazer da maneira mais leve, pois queria, além de curtir o visual, me aclimatar bem para o Alpamayo e o Huascarán.

Subimos então no segundo dia até Campo Morena, 4.900m, e começamos a nos entrosar para iniciarmos com o pé direito nosso contato com as montanhas e o ar rarefeito, mas com a excitação acabei pondo o esquerdo na frente. Acordamos pela madrugada, comemos alguma coisa e saímos sob vento e céu estrelado. Logo que começou a amanhecer parei para pegar minha máquina fotográfica para registrar o maravilhoso alvorecer na cordilheira, e percebi a besteira que tinha feito. Na ansiedade de se equipar e começar logo a caminhada, esqueci a bendita máquina dentro do saco de dormir. Não podia acreditar naquilo...louco para registrar meus momentos na montanha e o único equipamento que tinha para isso, havia ficado na barraca. Bem...cheguei no cume, o céu estava completamente aberto e tive que guardar apenas na memória toda aquela imensidão de montanhas lindíssimas. Demorei quase a viagem inteira para me perdoar.

Alpamayo

Depois que voltei do Pisco, descansei um dia na cidade e parti para mais 6 dias de ralação. O Alpamayo era meu maior desafio. Tínhamos decidido, Daniel e eu, de fazermos a Via Francesa, a mais difícil, porém a menos perigosa de toda a parede. Ela é duas cordadas mais longa que a Via Ferrari(normal), possui inclinação constante de 75 graus, com uma última cordada empinada de 90 graus(que acabou chegando a 95graus!), mas não possui em seu topo os temidos “seracs cai, não cai”. Se conseguíssemos, seríamos a primeira cordada a visitar o cume este ano.

Quatro expedições tentaram antes(Mexicanos, Franceses, Espanhóis e Polacos), mas falharam.Os dois primeiros dias de aproximação até Campo Base, são feitos pela Quebrada Santa Cruz, uma linda planície, majestosamente banhada por uma azulada laguna e ladeada por imensos paredões rochosos. É um cenário lindo e uma caminhada deliciosa. No terceiro dia as coisas mudam bastante. O acesso para Campo 1, é feito pelo glaciar sudeste da montanha, com a escalada de uma parede de 50 graus de inclinação. O dia é puxado, mas imensamente recompensado quando no final da parede, a monumental face sudoeste do Alpamayo se apresenta com todo seu esplendor.

É uma visão de tirar o fôlego. Confesso que quando cheguei ali, demorei a acreditar onde estava. Vários meses sonhando com aquela montanha e agora eu estava bem em sua frente. Fiquei parado por um bom tempo admirando toda aquela maravilha e imaginado como seria estar no seu cume. Sabia que a partir de agora a coisa não seria fácil… e não foi!

Levantamos à 0:00horas em Campo 1, nos equipamos, comemos algo e saímos, Daniel e eu, em direção à parede. Como ainda não havia rota, tivemos que abri-la com neve pela cintura. Não foi tarefa fácil, demoramos quase 2:00horas para chegarmos a Rimaya. Já aos pés da parede descansamos um pouco, trocamos algumas ansiosas palavras e começamos a escalada. Era impagável a sensação de estar ali, escalando a “Montanha mais linda do mundo”, e de saber que se conseguíssemos chegar no cume, seríamos os primeiros da temporada. Apesar do frio de -18 graus e da incrível inclinação da parede, subíamos num ritmo muito bom. Quando chegamos na última cordada às coisas endureceram bastante. A inclinação que deveria estar em torno de 90 graus, o que já era demais, estava com 95 graus!! e a neve depositada acima desta parede, estava completamente fofa.


Foi uma tarefa extremamente desgastante, principalmente para Daniel que ia à frente. Mas depois de quase 3 horas de luta para superar esta cordada e sob tempo completamente fechado, chegamos vitoriosos no cume. Vários meses de preparação e estudo, agora eram recompensados pela conquista. Saboreamos, mesmo com visibilidade zero, toda a glória dos vencedores. Nos abraçamos e em seguida iniciamos as 3:00horas de rapéis até o glaciar, aonde chegamos sãos e salvos. No total foram cerca de 15:00horas de atividade contínua. Chegamos nas barracas desidratados e eu, extremamente cansado. Minha maior conquista até hoje como montanhista.

Huascarán

Voltando do Alpamayo, descansei um dia em Huaraz e parti para mais 6 dias de montanha. Estava crente que agora as coisas não seriam tão difíceis. Mas me enganei... E como!O Huascarán, pela sua rota normal, não é uma montanha tão técnica, mas é longa e perigosa, bem acidentada e com enormes seracs dispostos bem acima do percurso de ascensão. Daniel, com toda sua experiência, optou por fazer a via Aresta do Escudo, uma via mais exigente que a normal, mas que saía do alcance dos enormes blocos de gelo.

Esta via implicava, além de uma maior dificuldade, num ataque direto de Campo 1, ou seja, enfrentaríamos cerca de 18 horas de escalada, com uma parede bem íngreme pelo caminho. Cleber, nosso grande porteador e cozinheiro, que até então sempre nos esperava no último acampamento, iria conosco e se revelaria mais tarde, em minha grande salvação. Nos arrumamos e praticamente sem comer, saímos às 22:30horas de Campo 1, rumo ao sopé da via. Assim que deixamos o glaciar e começamos a subida, a montanha se rebelou.

O vento que até então estava brando, aumentou severamente sua força e começou a nos açoitar com grande quantidade de neve e gelo, e à medida que subíamos, a temperatura caía drasticamente. Foi quando, após 4:00horas de escalada, duas cordadas de 45 graus e já acima dos 6.100m, a situação ficou insuportável. A Temperatura tinha caído para -25 graus e com os pés congelados, as mãos debilitadas e o rosto insensível, percebi que se não saísse imediatamente da parede, correria sério risco de vida. Falei para Daniel sobre minha situação e mais que depressa começamos a descer e foi aí, que Cleber se transformou em meu anjo da guarda. Rapelando primeiro, montava eficazmente a próxima parada com estacas e tornilhos, e me recebia com segurança no final do meu rapel.

Isso facilitou sensivelmente minha situação, pois no estado em que me encontrava, tendo que ser ajudado por Daniel para passar a corda no ATC, não sei se teria condições de manusear toda aquela parafernália de equipamentos. Por fim saímos da parede sem maiores conseqüências e recebemos, quase da pior maneira, a porta na cara da montanha. Essa foi a situação mais perigosa que já passei numa montanha. Agradeci imensamente a Deus e a Virgem Maria, por voltar inteiro para a barraca. Ao todo foram 23 dias de pura emoção. Meu muitíssimo obrigado a Daniel e a Cleber, por toda gentileza e atenção gastas comigo. Tenho a certeza que deixei dois grandes amigos no Peru.

É isso aí pessoal! Ano que vem estarei indo para os vulcões do Equador. Na volta eu relato com foi. Grande abraço a todos e até lá!!!Huaraz A cidade de Huaraz fica a 400 km ao norte de Lima, está a 3.100metros de altitude e é o ponto de partida para as escaladas e trekkings em ambas as cordilheiras.

Mas não pense que você está indo para uma cidade bela e tranqüila aos pés das montanhas. Huaraz, além de não ser nada pitoresca, é uma cidade muito barulhenta, com um “buzinasso” sem fim no trânsito e som alto em quase todo lugar que se entra, inclusive nos táxis e lotações.

Apesar disso tem uma boa estrutura e na Avenida Luzuriaga o viajante encontra praticamente tudo o que precisa para ir pra montanha.
Para chegar a Huaraz, a melhor opção é pegar um ônibus em Lima e enfrentar 8:00hs de estrada.

Há algumas empresas que fazem o trajeto, mas duas são as recomendadas: Mobil Tours e Cruz del Sur. Escolhi a Mobil Tours www.moviltours.com.pe Ambas são bem seguras e seus ônibus possuem poltrona-cama e servem até um mini-almoço(mas se estiver com fome coma antes, pois não há parada durante o percurso).

Uma opção que escolhi foi pegar o vôo da TAM que sai às 8:35hs de São Paulo e chega a Lima às 11:35hs, horário que permite ainda no mesmo dia, pegar o ônibus para Huaraz que sai às 13:00hs.

Onde Comer: Há inúmeras opções de restaurantes, mas alguns são recomendados:- Café Andino, paralelo a Av. Luzuriaga, Rua Jirón Lucar y Torre(na esquina tem uma lavanderia)- El Horno, próximo a Casa de Guias, no Parque del Periodista;- Encuentro, em frente ao El Horno;

Hospedagem:
Há inúmeras opções, mas esta é muito recomendada, pois além de uma ótima pousada, é um lugar freqüentado somente por montanhistas e caminhantes, tendo muita informação sobre montanhas e trilhas. Diária s/ café da manhã 15,0 dólares:- La Casa de Zarela www
.lacasadezarela.com, zarelaz@hotmail.com Rua Jirón Julio Arguedas, 1.263 próximo a Igreja

de La SoledadLojas de equipamentos e agências:
A mais bem equipada loja de equipamentos é a Tatoo, do lado da Casa de Guias no Parque Ginebra.


Há inúmeras agências em Huaraz, aqui estão duas:- JM Expeditions, próximo a Casa de Guias no Parque Ginebra- Galáxia Expeditions próximo a Casa de Guias, no Parque Del Periodista.Uma dica: pergunte nas lojas e agências sobre equipamentos usados. É fácil achar boas roupas de montanhas por preços muito bons.

Guia de Montanha:Um guia excelente, credenciado há 4 anos, com muita experiência e que recomendo com toda segurança, é Daniel Milla danieljmll@hotmail.com fone:0051-43-943601427. Para organizar melhor a expedição e saber quantos dias é necessário, entre em contato com ele e peça um cronograma das montanhas que deseja fazer.

Uma dica: o meu porteador se chamava Cleber, ele é primo de Daniel, é um cara MUITO forte, um excelente cozinheiro e uma pessoa muuuito gentil. Daniel tem seu telefone.

Preços: As coisas não são muito baratas no Peru. O câmbio em Maio/Junho2009 estava em torno de 3,00 soles para 1 dólar.
Ônibus de Lima para Huaraz: 65,00 soles.
Alguns preços(por dia de expedição):- Guia: 120,0 dólares p/ o Huascarán e Alpamayo
e 70,0 para o Pisco;- Porteador: 25,0 dólares;- Arriero: 10,0 dólares;- Mulas: 5,0 dólares;- Transporte para as montanhas: não tem um preço fixo, cada táxi tem um preço diferente, mas fica em torno de 90 dólares ida e volta do Alpamayo e 50,0 dólares ida e volta do Huascarán;

Equipos(aluguel) preços por dia:- Botas plásticas: 3,0 dólares;- Crampon: 3,0 dólares;- Piolet: 3,0 dólares

Por Aleomar Gallassi

o que te faz querer chegar no cume?



essa é uma pergunta que muitas pessoas fazem a montanhistas e escaladores!





O que se passa em nossas cabeças para ficarmos dias sem tomar banho, sem ver familiares, longe do conforto de nossas camas quentes.. dificil responder em.. realmente parece insensato. qual o porque de se chegar ao cume de uma montanha.

Acredito que só estando lá, pra saber, sentindo a nevoa soprar fino por dentro do agasalho, imaginando se percorrendo cada cantinho daquele lugar sagrado. onde poucas pessoas conseguiram alcançar. Deixando seu relato em livro de cume, imaginando quem será o próximo, ou qual a primeira pessoa a chegar ali, quais as condições da época.. é um turbilhão de pensamentos que passam em nossas cabeças. Acredito, que o cume nos faz sentir parte integrante do todo. nos deixando sentindo a centelha de divindade que somos nós. comparados ao tamanho do universo.



escaladas em São Bento do Sapucaí e DEDO DE DEUS!

Relato do Amigo Aleomar sobre aventuras de escaladas realizadas em São Bento do Sapucaí e Rio de Janeiro com a equipe Bauzera!

" Nãoe porque certas coisas são dificeis que nós não ousamos. É justamente porque não ousamos que tais coisas são dificeis"
(Seneca - filosofo romano.)


Olá Pessoal, Tudo Bem!?!?

Êta finalzão de semana BÃAAOOO PRA CARAMBA!!!!!!!!!!!!
Mais uma empreitada das BOAS!!!
Neste feriadão de Tiradentes, aproveitando a viagem de minha família p/ Campos de Jordão e o tempo que estava Azul Anil, escalei até não aguentar mais.
Com meu "Guia/Amigo" Beto, fizemos:
- Peter Pan e Jhonny Quest, na Ana Chata;
-
Normal do Baú;
- Normal do Bauzinho e...... tchãn tchãn tchãn tchãnnnnnn......

- DEDO DE DEUS, em Teresópolis!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Sempre foi um sonho escalar o Dedo, marco do montanhismo no Brasil. Demorou um pouquinho, mas consegui realizá-lo. Fizemos um bate-volta meio insano de 12:00hs entre Campos de Jordão e Teresópolis.
Chegamos no Albergue da Juventude, em Terê, por votla da 1:00h da madruga... dormimos.... e às 7:20h estávamos de pê. Ainda decidindo qual via fazer, tomamos o café da manhã e acabamos escolhendo(na verdade eu escolhi...) pela via mais fácil: a Leste com a Maria Cebola.
Após conjecturarmos s/ as condições da via e seus perrengues, separamos e arrumamos todos os equipos e fomos...

Já no início da cansativa trilha, um BOM perrengue... erramos o caminho. Depois de andarmos 1:30h no meio da mata fechada, subindo e descendo pirambas... encontramos a trilha.
Daí p/ frente foi só EMOÇÃO!!!!
Escalar sempre estando a poucos centímetros de um abismo de quase 500 metros, não é uma das coisas mais tranquilas de se fazer. A exposição junto com a enorme sensação aérea, faz dessa escalada uma DESAFIADORA AVENTURA.
Depois de uns 30minutos no cume, com direito a assinatura no livro de cume, iniciamos os rapéis pela via Teixeira. A cada parada, o Beto e eu, comentávamos como
este tal de Teixeira(conquistador do Dedo de Deus, em 1912) foi o cara. Hoje em dia, escalar esta parede com todos esses apetrechos modernos de última geração, já é uma GRANDE aventura, imagine isso no começo do século, com equipamentos precários e pouquíssimo conhecimento. Somente p/ os GRANDES "CARAS"!!!!
Bom.... depois de aprox. 9:00hs de atividade contínua, finalizamos na lanchonete na beira da pista, a nossa MAGNÍFICA ESCALADA!!!! Montamos na caminhonete e voltamos super cansados p/ Campos de Jordão. Chegamos à 1:00h da madruga, deixei o Beto em sua casa e fui, feliz da vida, tomar "uma" p/ comemorar.


Dediquei esta escalada à minha família!!!
Obrigado Deus!!!

É isso aí galera.... corpo e mente agindo, NÃO CRIAM TEIA, NEM MUSGO!!!!!
Grande Abraço,

Aleomar

SALINEIRA! ESCALANDO GRANDES PEDRAS

Desde que comecei a escalar, ouço famosas histórias de um lugar mágico, conhecido como salinas, Meca da escalada de aventura no Brasil. Senti que salinas estaria mais perto de mim, desde que me mudei para São Bento do Sapucaí. A previsão para o feriado de páscoa era 80% de chuva, com lua cheia, impossível não chover. Apenas na quinta a previsão mudou de 80% para 5%. São Pedro ouviu minhas preces! Céu estrelado quando deslumbrei a silhueta dos três picos na minha frente, não tinha palavras para explicar, a única frase que me vinha na mente “eu me calo na minha insignificância” Quanta grandeza!
Acordando cedo, no maior pique de montanha, encontramos um amigo, Pedrock, o plano foi a via Sol Celeste, no pontão do sol. Na trilha fui refletindo se não era demais pra mim, começou a bater aquele medinho aquela insegurança de estar em um lugar diferente. Pedrock guiou as duas primeiras enfiadas, aderência.. agarrencia.. como poderia chamar aquilo... Teve dois lances na segunda cordada onde as agarras tinham formas de bacias, sem pé, sem mão, um balcão meio esquisito. O Beto começou a me passar os frends na quinta cordada, disse q a cordada era linda, fendada, inteira em móvel, ok, vamos lá!
Costurei um grampo e segui pela aresta, protegendo em móvel, até faltar uns 10 metros para a parada de repente cai a chuva, putz! Continuei subir! A aderenciazinha babadinha, nunca havia ficado tã
o contente de ter chego à parada! A chuva foi acalmando e o Pedrock pediu para tocarmos a ultima enfiada, a chuva havia dado uma trégua. O Beto guiou a ultima para dar uma agilizada, finalmente cume, o menor dos três picos. Voltando ao camping comecei a ver uma mobilização no camping uma lua imensa surgindo, grande presente dos céus!
O que achei mais louco em salinas, é que não consegui fazer planos, as situações simplesmente aconteciam! E na manhã de sábado, estávamos nós a caminho da caixa de fósforo. Eu e o Beto agora na companhia de duas amigas escaladoras, Glau e Alda que foram fazer o cume. Entramos na via fêmeas e efêmeras. Já tinha ouvido falar muito da via, parecia um sonho. Depois de fazermos as luvinhas Beto saiu na primeira enfiada linda, com um lance vai que fica, não consegui impedir de dar aquela raladinha na mão. Segunda enfiada, crux da via, como é bom escalar fenda! Vi o Beto subindo, fazendo os lances como se fosse brincadeira, quando entrei na cordada vi que o buraco é mais embaixo.

Escalei a cordada bombadissima a terceira cordada foi curta, de um lance e a quarta cordada era minha. Costurei a chapinha e entrei no lance acho que um 6. Me perdi e lá vai eu voannddoo parei tremendo. Quero descer! Q nada. Concentra olha a agarra e vai. Acho a agarra, fácil (como é q eu não achei da primeira vez) e chego na fenda tento me encaixar, ainda bem que tinha off sets, Continuo reclamando com o Beto, (coitado) detalhe que a perna ainda não tinha parado de tremer. Fui subindo, protegendo, usando as agarras da borda. Estava preocupada de não achar a parada. Segui meus instintos e vi o pezão branco coisa mais linda me esperando!.
Dia seguinte seria o dia D íamos fazer o maior, decidimos pela via Decadence Avec Elegance. Croqui copiado, cedinho estávamos na base da via, começando a escalar perto das 8 horas. Meu parceiro saiu na frente e faríamos as primeiras cordadas em simultâneo. Estava super atenta e concentrada, nunca havia entrado em uma via com tanto prazer e comprometimento, desta vez estava preparada para o que desse e viesse. Fomos em simultâneo até a P4 guiei as próximas emendando duas cordadas. fizemos também a P7 e P8 em simultâneo , guiei até a P9 e sabia que dali em diante a via ia começar a ficar cascuda. O Beto guiou o sexto grau de aderência, Cheguei na parada olhei a próxima cordada, crux da via, 7ª. Essa é minha! O Beto me assumiu que foi a primeira vez que alguém pedia a ele para guiar aquele crux, achei super divertido e entrei na cordada.

De chapas, chegando à aresta consegui avistar o crux. Cheguei perto e vi que o lance era muito parecido com lances de um lugar em que escalava freqüentemente no sul, com cristalencias, comecei a mentalizar para mim mesma! Vai lá Lú, não se impressiona com o tamanho da parede, olha a chapa ta ali ó e assim consegui mandar o crux, O Beto guiou até a p treze, e me disse q agora sim o bicho ia pegar, ia conhecer os famosos 5+ de salinas. Não era com o 7 que eu tinha que me assustar. Entrei na cordada mais louca da minha primeira estadia em salinas, fiz uma transversal e peguei uma fenda (que pouco é visualizada no croqui) via a via Matheus Arnoud, cheia de grampos, e eu adrenada, pois aquela fenda danada gospia todas as peças que eu colocava!
cantando sozinha e fui subindo como podia, protegendo como dava.. Até que acabou a fenda e eu não via as chapas (comecei a me arrepender de não ter dado uma escapadinha) Quando vi, beemm pra direita e beeemm no alto estava a safada, brilhando naquela pedra rosada. E2... É ruim em! Costurei e me dirigi para a próxima. Passei um veneno, pois me faltava tamanho para alcançar, virei ninja colocando o pé na merda para conseguir chegar em uma agarra mais ou menos e costurar. Agora bem mais
tranqüila cheguei na parada. Acho q foi a cordada que mais precisei ter calma e confiança. A queda ia ser longa. Continuamos revezando cordada e qual não foi a minha surpresa encontrar uma fenda lindíssima para alcançar o cume! Tempo nublado, show de bola estar no cume do maior,ao olhar o relógio não era nem uma e meia, escalamos a via em 5 horas e meia! Saímos em busca do rapel, já tinha ouvido muitas histórias também a respeito do rapel, íamos pela cidade dos ventos ok para mim tudo era novidade!
Beto prevenido no meio de uma cordada enfiou um cordelete por trás de um P pois ele costumava enroscar corda. finalmente chão! Chegamos ao camping vazio nem acreditei,. Assumo que foi uma delicia ficar no camping solitário. Sem nenhum barulho humano. Conseguimos curtir um pouco mais a quietude da montanha. Estava podre de cansaço, e com mais uma via engatilhada pro dia seguinte: “mundo da lua” o Beto dizia que era o mundo da LÜ. A via de despedida no dia da partida. Curtimos a via no pontão e pegamos o caminho de volta, até chegarmos em São Bento do Sapucaí nada mal Tb, salve o baú, que saudades, E como ele ficou pequeno derrepente!

POLITICA DE GESTÃO DA SEGURANÇA BAUZERA ESCALADA

1. Implantar e monitorar um programa de gestão da segurança atualizado e eficaz (ABETA);
2. Estabelecer e implementar procedimentos operacionais e protocolos para as atividades ao ar livre (caminhada-escalada);
3. Priorizar as ações relacionadas as atividades verticais da empresa (rapel-escalada);
4. Formalizar rotinas de trabalho afim de gerenciar o(s) risco(s) de fator inaceitáveis(s) de dano;
5. Definir ações corretivas e preventivas para reduzir a probabilidade dos riscos envolvidos nas escaladas de grandes paredes (Big Wall);
6. Investigar acidentes ou incidentes inerentes a atividade em ambientes remotos, e colocar em prática ações corretivas ou preventivas;
7. Padronizar o estilo do atendimento,conduta ao cliente, mas respeitando a singularidade de cada um;
8. Usar equipamentos de proteção individuais e coletivos com certificação UIAA ou CE. Manutenção preventiva e armazenamento adequado dos equipamentos;
9. Investir em atividades como vistorias, inspeções, auditorias e testes;
10. Operar em locais seguros e previamente testados (MAPAS E TELEFONES UTEIS DO LOCAL);
11. Capacitar os condutores para situações de trabalho e/ou de emergência (primeiros socorros e resgate em ambientes remotos);
12. Obter certificações de conduta ambiental (ISO) e de homologação técnica (AGUIPERJ);
13. Trabalhar os conceitos de segurança com o cliente enfatizando situações de perigo em geral (briefing);
14. Respeitar o meio ambiente bem como as populações locais (permissão de passagem);
15. Oferecer produtos e serviços de qualidade internacional (padrão UIAGM);
16. Manter o banco de dados da empresa atualizado e organizado para otimizar as acoes em caso de acidente;
17. Ampliar o rol dos tipos de convênios hospitalares e de seguro pessoal encontrados na região de atuação da empresa;
17. Obedecer à legislação pertinente aos serviços prestados;
18. Atualizar periodicamente os procedimentos operacionais com base nas normas brasileiras de competências mínimas em Turismo de Aventura (ABNT NBR: 15285; 15334; 15397; 1539).

Prevenção de Acidentes e Auto-Resgate em Escalada - PAARE

* O curso PAARE, realizado em São Bento do Sapucaí entre os dias 16 e 18 de janeiro de 2009, contou com a participação de escaladores iniciantes e experientes da região da Serra da Mantiqueira. O curso foi ministrado por Ronaldo Franzen Junior (Nativo), especialista em montanhismo, escalada, resgate em ambientes verticais e gestão da segurança.

* O PAARE foi organizado pela equipe de guias de montanha e escalada BAUZERA com intuito de promover a capacitação dos escaladores e guias da região, para que a escalada e o montanhismo praticados, sobretudo, na Pedra do Baú, sejam exercidos com mais segurança e responsabilidade.

* As aulas teóricas foram realizadas no Restaurante Pedra do Baú, onde se pode saborear a comida típica mineira no fogão à lenha. Hummm, que delicia! As aulas práticas foram distribuídas em vários locais de acordo com o desenvolvimento apropriado das técnicas de fortuna e auto-resgate apresentadas pelo Nativo. Os participantes declararam que o PAARE foi muito interativo e divertido, com destaque para as aulas práticas, que foram realizadas, preferencialmente, em ambiente natural rochoso a fim de simular os ambientes verticais, negativos e positivos encontrados nas vias de escalada em geral.

* Alguns dos tópicos do curso diziam que os perigos encontrados durante as atividades ao ar livre podem ser classificados como Objetivo e Subjetivo. Os perigos objetivos são aqueles presentes no meio ambiente (intempéries climáticas, insetos, espinhos...) e do equipamento utilizado (estado de conservação, certificações...), e os subjetivos falam a respeito do preparo físico do praticante, de sua alimentação, orientação e demais fatores psicológicos em questão.

* Quando ocorre um acidente devido a um ou mais fatores acima exposto(s), o resgatista deve ater-se as seguintes normas básicas:
1. Não proporcionar risco nem agravamento da situação do acidentado;
2. Proteger a vítima com o emprego dos primeiros socorros;
3. Não colocar os resgatadores em risco;
4. Buscar ajuda e socorrer através da utilização de técnicas de auto-resgate e meios de fortuna;
5. Garantir a evacuação de todos os participantes após o termino do resgate.

* Durante todo o curso, observamos turistas subindo a trilha de acesso para o Baú sem mochila, cantil (água), comida, capa de chuva, tênis apropriado, roupas adequadas, boné, etc... E o pior, sem a mínima informação previa da trilha e de suas dificuldades e, ainda por cima, com tempo chuvoso! A maioria deles voltavam completamente ensopados e desanimados por terem se perdido no caminho e tomado a maior chuva na cabeça. E adivinha quem teria que ir resgatar algum destes desavisados? Daí vem à importância da prevenção dos acidentes, pois ainda não inventaram uma fórmula que substitua a clássica “prevenir é melhor que remediar”, pois os acidentes ocorrem, principalmente, devido à somatória de erros, ignorância, inconsciência e subestimação.

* A historia dos acidentes e incidentes no Complexo do Baú não está registrada de maneira correta para que se possa ter realmente dados estatísticos que contribuam na identificação e zoneamento da periculosidade presente nas trilhas e vias de escalada mais propícios para a ocorrência de acidentes e/ou incidentes, o que inclui registro e análise dos acidentes ocorridos no local com base nos relatos das testemunhas dos acidentes, dos moradores locais, dos resgatistas... Deste modo, a equipe BAUZERA segue em diante e inicia mais uma etapa do projeto Segura o Baú, que é a criação do Grupo Voluntário de Busca e Salvamento (GVBS), promovido pela Associação Brasileira de Turismo de Aventura (ABETA), na Pedra do Baú com apoio da prefeitura de São Bento do Sapucaí.

Apoio:
Drogaria do Trevo, Drogaria São Bento e Droga Luz, as quais nos forneceram material para a montagem dos estojos de primeiros auxílios em áreas remotas e agrestes.
Restaurante Pedra do Baú, que forneceu o local para as aulas teóricas e práticas, bem como refeição para os participantes.

Wildernerss First Responder / Socorrismo para Escursionista


Depois de me meter em vários tipos de roubadas, busquei ajuda profissional no ramo de segurança, socorrismo e resgate. Comecei pelos primeiros socorros. Fiz cursos na Cruz Vermelha e tal... Então, percebi que ter o conhecimento técnico quando ocorrer um acidente na montanha ou em vias de escalada de varias cordadas, propicia melhores resultados e garante um retorno mais tranqüilo e saudável. Como seria o caso de analisar a coluna vertebral de um paciente, com possível lesão cervical, antes de movimentá-lo, para não provocar a lesão de sua medula e agravar o quadro para um estado de paralisia ou, até mesmo, torná-lo um paraplégico!

Dentre todos os cursos, o que eu considerei mais abrangente e prático foi o Wilderness First Responder (WFR) promovido pela Fundação Ecomed (Argentina). O WFR ocorreu entre os dias 25 de outubro e 02 de novembro de 2008 em Bombinhas (Santa Catarina), e foi ministrado por dois instrutores argentinos pertencentes a Ecomed. O curso visou o treinamento de socorristas no emprego de ferramentas essenciais na prevenção de lesões e traumas de pessoas acidentadas em zonas agrestes e remotas com base em conceitos e técnicas mais atualizadas no Brasil (em referencia aos protocolos médicos de campo internacionais). As ferramentas mais inovadoras são: 1) Sistema de avaliação do paciente (ampliado dos protocolos médicos convencionais) para ser aplicado em situações de evacuação prolongada em terreno e /ou clima hostis; 2) Analise critica do paciente por meio da historia clinica descrita na ficha SOAP (exame subjetivo, objetivo, analise e tratamento); e 3) Estado de consciência do paciente com base na escala AVDN (alerta, resposta a estímulos verbais, a dor e nenhuma resposta).

O legal é que discutimos temas como a liderança, organização, comunicação e trabalho em equipe de maneira a criar um ambiente "controlado" frente ao clima tenso criados devido ao acidente. E praticamos todos estes conceitos em simulados diurnos e noturno, com manejo de coluna e do paciente poli-traumatizado em zonas acidentadas, lesões no tórax, hipotermia, tratamento de lesões traumáticas nos ossos longos e articulações, etc.

A certificação WFR tem validação internacional e é pré-requisito para o curso UIAGM (união internacional dos guias de alta montanha) de guia profissional de alta montanha.

A lenda de Bhaubá e Ana Yra

A tribo, que habitava o bairro do baú, com medo de ser atacada por outras tribos, mantinha no alto da pedra um índio jovem para a guarda de sua tribo.
Um dia foi designado pelo Pagé o jovem índio Bhaubá, para ficar de vigilância na pedra denominada Ita-Mirim. Esse índio se apaixonou por uma pequena índia, que vivia em outra aldeia, hoje, imediações de São Bento do Sapucaí, região baixa que tem vista da Pedra do Baú.
Como não podiam se encontrar, combinaram que se comunicariam através de sinais, ele da pedra grande e ela de sua aldeia. O índio levaria arco e flecha, e na hora combinada, lançaria a flecha contra a outra pedra, a faísca saída do atrito, seria o sinal de amor e de comunicação, e sempre era visto pela índia apaixonada.
Um dia o sinal não foi mais visto pela índia.
A tribo descobriu o sinal que bhaubá enviava para a índia, o cacique e o pagé acharam que o gesto impensado do jovem cortou o caminho e a proteção de tupã, reuniram o conselho e decidiram que bhaubá deveria morrer, e assim o fizeram. O amarraram junto a uma grande árvore e atearam fogo. Muitos e muitos dias a árvore ficou queimando...
Desesperada com a falta de sinal, Ana-Yra ficou sabendo da morte de seu amor, e desgostosa subiu até a pedra Ita-Patá, e ingeriu erva venenosa. Ana-Yra foi encontrada morta na caverna da pedra Ita-Patá.
A pedra Ita-mirim seria o bauzinho, a pedra Ita-matatá seria o baú, em homenagem ao índio Bhaubá, e a pedra Ita-patá ficou como Ana-Ira, que em linguagem indígena significa chata ou baixinha.

Currículo de Escalada e Montanhismo dos Guias BAUZERA

ROBERTO LUIS SPONCHIADO, 33 anos
Guia e Instrutor de Escalada e Montanhismo

Profissão: Engenheiro Geólogo / Especialização Vulcanologia / Guia de Escalada
Endereço: Comunidade São Paulo, Paiol Grande de Cima, Km8, São Bento do Sapucaí, SP, CEP 12490-000.
Contato:
betoclimb@yahoo.com.br, Tel: +55 (12) 9789-3757

1. ESCALADA
14 anos de prática (desde 1994). Tendo escalado em vários lugares no Brasil e no exterior;
Escaladas Clássicas: Rio de Janeiro (Itatiaia, Salinas, Dedo de Deus, Pão de Açúcar, Corcovado, Pedra da Gávea, Pico dos Quatro, etc); Minas Gerais (Serra do Caraça, Tabuleiro, Serra do Cipó, Serra do Lenheiro, Itacolomy, Andradas, etc); Paraná (Marumbi, Anhangava, etc); Santa Catarina (Pedra Branca, Mariscal, Rio dos Cedros, etc), São Paulo (Pedra do Baú, Pico dos Marins, Cuscuzeiro, etc) ...;
Escaladas Alpinas: Argentina (Arenales/Mendoza, Frey/Bariloche e Chaltén/Fitz Roy), Chile (Cochamó e Cajón del Maipo/Santiago), Equador (Cordilhera Central e Norte) e Peru (Cordilheira Blanca);
Montanhismo: Cume mais alto no Vulcão Chimborazzo (Equador) com 6089m, 2003. Ascensões: Vulcões Illinisas Norte e Sul (5.500m), Shangay (5.930m), Cotopaxi (5.989m), Cubillín (5.100m); Travesia de la Cruz (Cordillera Blanca / Peru).
Conquistas (abertura de novas vias): Cochamó (Chile), Complexo do Baú (SP), Pedra da Divisa (SP), Balança (SP), Caraça (MG), Castelinho (MG), Itacolomy (MG), Furnas (MG).

2. CURSOS
WFR-CE: Wilderness First Responder (Curso de Socorrismo para Excursionista com certificação internacional), 2008;
Primeiros Socorros em Áreas Remotas pela escola de escalada Montanhismus, 2008;
Escalada Solitária com Eliseu Frechou (Montanhismus), 2007;
Primeiros Socorros na Cruz Vermelha, 2007
ABETA: Sistema de Gestão em Segurança e Competências Mínimas do Condutor, 2008.

3. PUBLICAÇÕES
2 publicações no Montain Voices (“Os Impermeáveis no Dedo de Deus” e “Frey – As portas da Patagônia”). Periódico de Montanhismo e Escalada.
Revista Escalando (Chile). Conquista da via “La Hora es Haora” com o próprio editor da revista (Nacho) n0 16, pg. 13.
Site Brasil Vertical: “Arenales betas e otras cositas”
Capa do Guia de Escaladas da Região dos Três Picos (Sérgio Tartari, 2008).

LUCIANA MAES: 23 anos
Guia de Montanhismo e Escalada

Profissão: Técnica em Meio Ambiente / Guia de Escalada / Consultora de vendas de equipamentos de escalada e montanhismo.
Endereço: Comunidade São Paulo, Paiol Grande de Cima, Km8, São Bento do Sapucaí, SP, CEP 12490-000.
Contato:
lucianagarra@gmail.com tel: (12)81272254

1. ESCALADA
Praticante de escalada há 3 (três) anos.
Campeã Catarinense de Escalada Esportiva em 2007, e vice-campeã em 2008.
Escalada Esportiva: Santa Catarina (Florianópolis, Mariscal, Balneário Camboriú, Blumenau)
Escalada Clássica: Santa Catarina (Rio dos Cedros), Serra da Mantiqueira (Pico dos Marins, Complexo do Baú, Pedra da Divisa, Pedra do Quilombo, Vista Aérea, Pedra da Piedade em Itajubá, Pico do Papagaio em Aiuruoca, Visual das Águas em SP, e em lugares de Minas Gerais como Pedralva, Andradas, Pedra Bela, etc), Serra do Mar (Joinville, São Francisco do Sul, Morro do Anhangava, Marumbi, São Luiz do Purunã, etc).
Primeira mulher a escalar via “Os Ermitões” no Pico dos Marins (2.400m), batendo o record de velocidade, concluindo a escalada em apenas 12 horas.

2. CURSOS
Curso avançado de escalada em rocha com a Garra Aventura.
Curso de socorrista em atendimento pré-hospitalar, curso de combate e prevenção a incêndio realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Curso Técnico em Meio Ambiente pela UFSC.
Curso de Competência
Mínima de Condutor pela ABETA (selo Aventura Segura).

BAMBUZERA

Essa gramínea, versátil, prima da imensa palmeira imperial e da humilde grama de jardim, substitui, a madeira de construção, desde as escoras até as estruturas de telhado, substitui as madeiras nobres e raras, em móveis, cuja textura é agradável à pele humana.
Em muitos paises, o bambu faz parte da tradição e cultura. Para os chineses, o bambu simboliza a humildade, modéstia e juventude perene, provavelmente em virtude de suas folhas sempre verdes e de sua enorme longevidade. Símbolo de alegria, o bambu é também emblema da paz, serenidade, felicidade, fruição da vida e obstinação. Os vietnamitas o consideram irmão do homem. No Japão, juntamente com a ameixeira e o pinheiro, está presente em todas as decorações de ano novo. E é na cerimônia do chá, que o bambu ocupa lugar de maior destaque. É dele que se obtém os utensílios indispensáveis à preparação da bebida. Santos Dumont construía seus artefatos voadores com bambu. Santos Dumont era um parente afastado de Luiz Dumont Villares, que foi um dos precursores da primeira subida guiada a pedra do baú, em são bento do Sapucaí, fundador do acampamento paiol grande। As primeiras escadinhas a serem feitas na pedra do Baú, também eram construídas com bambu. O bambu, hoje em dia, tb tem sua aplicação na construção civil, pode ser utilizado em estruturas de concreto, na medicina popular, na culinária. Em São Bento do Sapucaí, o bambu faz parte do artesanato local, sendo produzidos jacás, cestos, peneiras, puçás, revestimento de parede, forros de casas, esteiras para os carroções, vasos e cinzeiros. Apresento abaixo, alguns modelos produzidos por mim mesma, com bambus retirados de São bento do Sapucaí. De onde recebem toda a energia da serra da Mantiqueira.