POLITICA DE GESTÃO DA SEGURANÇA BAUZERA ESCALADA

1. Implantar e monitorar um programa de gestão da segurança atualizado e eficaz (ABETA);
2. Estabelecer e implementar procedimentos operacionais e protocolos para as atividades ao ar livre (caminhada-escalada);
3. Priorizar as ações relacionadas as atividades verticais da empresa (rapel-escalada);
4. Formalizar rotinas de trabalho afim de gerenciar o(s) risco(s) de fator inaceitáveis(s) de dano;
5. Definir ações corretivas e preventivas para reduzir a probabilidade dos riscos envolvidos nas escaladas de grandes paredes (Big Wall);
6. Investigar acidentes ou incidentes inerentes a atividade em ambientes remotos, e colocar em prática ações corretivas ou preventivas;
7. Padronizar o estilo do atendimento,conduta ao cliente, mas respeitando a singularidade de cada um;
8. Usar equipamentos de proteção individuais e coletivos com certificação UIAA ou CE. Manutenção preventiva e armazenamento adequado dos equipamentos;
9. Investir em atividades como vistorias, inspeções, auditorias e testes;
10. Operar em locais seguros e previamente testados (MAPAS E TELEFONES UTEIS DO LOCAL);
11. Capacitar os condutores para situações de trabalho e/ou de emergência (primeiros socorros e resgate em ambientes remotos);
12. Obter certificações de conduta ambiental (ISO) e de homologação técnica (AGUIPERJ);
13. Trabalhar os conceitos de segurança com o cliente enfatizando situações de perigo em geral (briefing);
14. Respeitar o meio ambiente bem como as populações locais (permissão de passagem);
15. Oferecer produtos e serviços de qualidade internacional (padrão UIAGM);
16. Manter o banco de dados da empresa atualizado e organizado para otimizar as acoes em caso de acidente;
17. Ampliar o rol dos tipos de convênios hospitalares e de seguro pessoal encontrados na região de atuação da empresa;
17. Obedecer à legislação pertinente aos serviços prestados;
18. Atualizar periodicamente os procedimentos operacionais com base nas normas brasileiras de competências mínimas em Turismo de Aventura (ABNT NBR: 15285; 15334; 15397; 1539).

Prevenção de Acidentes e Auto-Resgate em Escalada - PAARE

* O curso PAARE, realizado em São Bento do Sapucaí entre os dias 16 e 18 de janeiro de 2009, contou com a participação de escaladores iniciantes e experientes da região da Serra da Mantiqueira. O curso foi ministrado por Ronaldo Franzen Junior (Nativo), especialista em montanhismo, escalada, resgate em ambientes verticais e gestão da segurança.

* O PAARE foi organizado pela equipe de guias de montanha e escalada BAUZERA com intuito de promover a capacitação dos escaladores e guias da região, para que a escalada e o montanhismo praticados, sobretudo, na Pedra do Baú, sejam exercidos com mais segurança e responsabilidade.

* As aulas teóricas foram realizadas no Restaurante Pedra do Baú, onde se pode saborear a comida típica mineira no fogão à lenha. Hummm, que delicia! As aulas práticas foram distribuídas em vários locais de acordo com o desenvolvimento apropriado das técnicas de fortuna e auto-resgate apresentadas pelo Nativo. Os participantes declararam que o PAARE foi muito interativo e divertido, com destaque para as aulas práticas, que foram realizadas, preferencialmente, em ambiente natural rochoso a fim de simular os ambientes verticais, negativos e positivos encontrados nas vias de escalada em geral.

* Alguns dos tópicos do curso diziam que os perigos encontrados durante as atividades ao ar livre podem ser classificados como Objetivo e Subjetivo. Os perigos objetivos são aqueles presentes no meio ambiente (intempéries climáticas, insetos, espinhos...) e do equipamento utilizado (estado de conservação, certificações...), e os subjetivos falam a respeito do preparo físico do praticante, de sua alimentação, orientação e demais fatores psicológicos em questão.

* Quando ocorre um acidente devido a um ou mais fatores acima exposto(s), o resgatista deve ater-se as seguintes normas básicas:
1. Não proporcionar risco nem agravamento da situação do acidentado;
2. Proteger a vítima com o emprego dos primeiros socorros;
3. Não colocar os resgatadores em risco;
4. Buscar ajuda e socorrer através da utilização de técnicas de auto-resgate e meios de fortuna;
5. Garantir a evacuação de todos os participantes após o termino do resgate.

* Durante todo o curso, observamos turistas subindo a trilha de acesso para o Baú sem mochila, cantil (água), comida, capa de chuva, tênis apropriado, roupas adequadas, boné, etc... E o pior, sem a mínima informação previa da trilha e de suas dificuldades e, ainda por cima, com tempo chuvoso! A maioria deles voltavam completamente ensopados e desanimados por terem se perdido no caminho e tomado a maior chuva na cabeça. E adivinha quem teria que ir resgatar algum destes desavisados? Daí vem à importância da prevenção dos acidentes, pois ainda não inventaram uma fórmula que substitua a clássica “prevenir é melhor que remediar”, pois os acidentes ocorrem, principalmente, devido à somatória de erros, ignorância, inconsciência e subestimação.

* A historia dos acidentes e incidentes no Complexo do Baú não está registrada de maneira correta para que se possa ter realmente dados estatísticos que contribuam na identificação e zoneamento da periculosidade presente nas trilhas e vias de escalada mais propícios para a ocorrência de acidentes e/ou incidentes, o que inclui registro e análise dos acidentes ocorridos no local com base nos relatos das testemunhas dos acidentes, dos moradores locais, dos resgatistas... Deste modo, a equipe BAUZERA segue em diante e inicia mais uma etapa do projeto Segura o Baú, que é a criação do Grupo Voluntário de Busca e Salvamento (GVBS), promovido pela Associação Brasileira de Turismo de Aventura (ABETA), na Pedra do Baú com apoio da prefeitura de São Bento do Sapucaí.

Apoio:
Drogaria do Trevo, Drogaria São Bento e Droga Luz, as quais nos forneceram material para a montagem dos estojos de primeiros auxílios em áreas remotas e agrestes.
Restaurante Pedra do Baú, que forneceu o local para as aulas teóricas e práticas, bem como refeição para os participantes.

Wildernerss First Responder / Socorrismo para Escursionista


Depois de me meter em vários tipos de roubadas, busquei ajuda profissional no ramo de segurança, socorrismo e resgate. Comecei pelos primeiros socorros. Fiz cursos na Cruz Vermelha e tal... Então, percebi que ter o conhecimento técnico quando ocorrer um acidente na montanha ou em vias de escalada de varias cordadas, propicia melhores resultados e garante um retorno mais tranqüilo e saudável. Como seria o caso de analisar a coluna vertebral de um paciente, com possível lesão cervical, antes de movimentá-lo, para não provocar a lesão de sua medula e agravar o quadro para um estado de paralisia ou, até mesmo, torná-lo um paraplégico!

Dentre todos os cursos, o que eu considerei mais abrangente e prático foi o Wilderness First Responder (WFR) promovido pela Fundação Ecomed (Argentina). O WFR ocorreu entre os dias 25 de outubro e 02 de novembro de 2008 em Bombinhas (Santa Catarina), e foi ministrado por dois instrutores argentinos pertencentes a Ecomed. O curso visou o treinamento de socorristas no emprego de ferramentas essenciais na prevenção de lesões e traumas de pessoas acidentadas em zonas agrestes e remotas com base em conceitos e técnicas mais atualizadas no Brasil (em referencia aos protocolos médicos de campo internacionais). As ferramentas mais inovadoras são: 1) Sistema de avaliação do paciente (ampliado dos protocolos médicos convencionais) para ser aplicado em situações de evacuação prolongada em terreno e /ou clima hostis; 2) Analise critica do paciente por meio da historia clinica descrita na ficha SOAP (exame subjetivo, objetivo, analise e tratamento); e 3) Estado de consciência do paciente com base na escala AVDN (alerta, resposta a estímulos verbais, a dor e nenhuma resposta).

O legal é que discutimos temas como a liderança, organização, comunicação e trabalho em equipe de maneira a criar um ambiente "controlado" frente ao clima tenso criados devido ao acidente. E praticamos todos estes conceitos em simulados diurnos e noturno, com manejo de coluna e do paciente poli-traumatizado em zonas acidentadas, lesões no tórax, hipotermia, tratamento de lesões traumáticas nos ossos longos e articulações, etc.

A certificação WFR tem validação internacional e é pré-requisito para o curso UIAGM (união internacional dos guias de alta montanha) de guia profissional de alta montanha.

A lenda de Bhaubá e Ana Yra

A tribo, que habitava o bairro do baú, com medo de ser atacada por outras tribos, mantinha no alto da pedra um índio jovem para a guarda de sua tribo.
Um dia foi designado pelo Pagé o jovem índio Bhaubá, para ficar de vigilância na pedra denominada Ita-Mirim. Esse índio se apaixonou por uma pequena índia, que vivia em outra aldeia, hoje, imediações de São Bento do Sapucaí, região baixa que tem vista da Pedra do Baú.
Como não podiam se encontrar, combinaram que se comunicariam através de sinais, ele da pedra grande e ela de sua aldeia. O índio levaria arco e flecha, e na hora combinada, lançaria a flecha contra a outra pedra, a faísca saída do atrito, seria o sinal de amor e de comunicação, e sempre era visto pela índia apaixonada.
Um dia o sinal não foi mais visto pela índia.
A tribo descobriu o sinal que bhaubá enviava para a índia, o cacique e o pagé acharam que o gesto impensado do jovem cortou o caminho e a proteção de tupã, reuniram o conselho e decidiram que bhaubá deveria morrer, e assim o fizeram. O amarraram junto a uma grande árvore e atearam fogo. Muitos e muitos dias a árvore ficou queimando...
Desesperada com a falta de sinal, Ana-Yra ficou sabendo da morte de seu amor, e desgostosa subiu até a pedra Ita-Patá, e ingeriu erva venenosa. Ana-Yra foi encontrada morta na caverna da pedra Ita-Patá.
A pedra Ita-mirim seria o bauzinho, a pedra Ita-matatá seria o baú, em homenagem ao índio Bhaubá, e a pedra Ita-patá ficou como Ana-Ira, que em linguagem indígena significa chata ou baixinha.

Currículo de Escalada e Montanhismo dos Guias BAUZERA

ROBERTO LUIS SPONCHIADO, 33 anos
Guia e Instrutor de Escalada e Montanhismo

Profissão: Engenheiro Geólogo / Especialização Vulcanologia / Guia de Escalada
Endereço: Comunidade São Paulo, Paiol Grande de Cima, Km8, São Bento do Sapucaí, SP, CEP 12490-000.
Contato:
betoclimb@yahoo.com.br, Tel: +55 (12) 9789-3757

1. ESCALADA
14 anos de prática (desde 1994). Tendo escalado em vários lugares no Brasil e no exterior;
Escaladas Clássicas: Rio de Janeiro (Itatiaia, Salinas, Dedo de Deus, Pão de Açúcar, Corcovado, Pedra da Gávea, Pico dos Quatro, etc); Minas Gerais (Serra do Caraça, Tabuleiro, Serra do Cipó, Serra do Lenheiro, Itacolomy, Andradas, etc); Paraná (Marumbi, Anhangava, etc); Santa Catarina (Pedra Branca, Mariscal, Rio dos Cedros, etc), São Paulo (Pedra do Baú, Pico dos Marins, Cuscuzeiro, etc) ...;
Escaladas Alpinas: Argentina (Arenales/Mendoza, Frey/Bariloche e Chaltén/Fitz Roy), Chile (Cochamó e Cajón del Maipo/Santiago), Equador (Cordilhera Central e Norte) e Peru (Cordilheira Blanca);
Montanhismo: Cume mais alto no Vulcão Chimborazzo (Equador) com 6089m, 2003. Ascensões: Vulcões Illinisas Norte e Sul (5.500m), Shangay (5.930m), Cotopaxi (5.989m), Cubillín (5.100m); Travesia de la Cruz (Cordillera Blanca / Peru).
Conquistas (abertura de novas vias): Cochamó (Chile), Complexo do Baú (SP), Pedra da Divisa (SP), Balança (SP), Caraça (MG), Castelinho (MG), Itacolomy (MG), Furnas (MG).

2. CURSOS
WFR-CE: Wilderness First Responder (Curso de Socorrismo para Excursionista com certificação internacional), 2008;
Primeiros Socorros em Áreas Remotas pela escola de escalada Montanhismus, 2008;
Escalada Solitária com Eliseu Frechou (Montanhismus), 2007;
Primeiros Socorros na Cruz Vermelha, 2007
ABETA: Sistema de Gestão em Segurança e Competências Mínimas do Condutor, 2008.

3. PUBLICAÇÕES
2 publicações no Montain Voices (“Os Impermeáveis no Dedo de Deus” e “Frey – As portas da Patagônia”). Periódico de Montanhismo e Escalada.
Revista Escalando (Chile). Conquista da via “La Hora es Haora” com o próprio editor da revista (Nacho) n0 16, pg. 13.
Site Brasil Vertical: “Arenales betas e otras cositas”
Capa do Guia de Escaladas da Região dos Três Picos (Sérgio Tartari, 2008).

LUCIANA MAES: 23 anos
Guia de Montanhismo e Escalada

Profissão: Técnica em Meio Ambiente / Guia de Escalada / Consultora de vendas de equipamentos de escalada e montanhismo.
Endereço: Comunidade São Paulo, Paiol Grande de Cima, Km8, São Bento do Sapucaí, SP, CEP 12490-000.
Contato:
lucianagarra@gmail.com tel: (12)81272254

1. ESCALADA
Praticante de escalada há 3 (três) anos.
Campeã Catarinense de Escalada Esportiva em 2007, e vice-campeã em 2008.
Escalada Esportiva: Santa Catarina (Florianópolis, Mariscal, Balneário Camboriú, Blumenau)
Escalada Clássica: Santa Catarina (Rio dos Cedros), Serra da Mantiqueira (Pico dos Marins, Complexo do Baú, Pedra da Divisa, Pedra do Quilombo, Vista Aérea, Pedra da Piedade em Itajubá, Pico do Papagaio em Aiuruoca, Visual das Águas em SP, e em lugares de Minas Gerais como Pedralva, Andradas, Pedra Bela, etc), Serra do Mar (Joinville, São Francisco do Sul, Morro do Anhangava, Marumbi, São Luiz do Purunã, etc).
Primeira mulher a escalar via “Os Ermitões” no Pico dos Marins (2.400m), batendo o record de velocidade, concluindo a escalada em apenas 12 horas.

2. CURSOS
Curso avançado de escalada em rocha com a Garra Aventura.
Curso de socorrista em atendimento pré-hospitalar, curso de combate e prevenção a incêndio realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Curso Técnico em Meio Ambiente pela UFSC.
Curso de Competência
Mínima de Condutor pela ABETA (selo Aventura Segura).

BAMBUZERA

Essa gramínea, versátil, prima da imensa palmeira imperial e da humilde grama de jardim, substitui, a madeira de construção, desde as escoras até as estruturas de telhado, substitui as madeiras nobres e raras, em móveis, cuja textura é agradável à pele humana.
Em muitos paises, o bambu faz parte da tradição e cultura. Para os chineses, o bambu simboliza a humildade, modéstia e juventude perene, provavelmente em virtude de suas folhas sempre verdes e de sua enorme longevidade. Símbolo de alegria, o bambu é também emblema da paz, serenidade, felicidade, fruição da vida e obstinação. Os vietnamitas o consideram irmão do homem. No Japão, juntamente com a ameixeira e o pinheiro, está presente em todas as decorações de ano novo. E é na cerimônia do chá, que o bambu ocupa lugar de maior destaque. É dele que se obtém os utensílios indispensáveis à preparação da bebida. Santos Dumont construía seus artefatos voadores com bambu. Santos Dumont era um parente afastado de Luiz Dumont Villares, que foi um dos precursores da primeira subida guiada a pedra do baú, em são bento do Sapucaí, fundador do acampamento paiol grande। As primeiras escadinhas a serem feitas na pedra do Baú, também eram construídas com bambu. O bambu, hoje em dia, tb tem sua aplicação na construção civil, pode ser utilizado em estruturas de concreto, na medicina popular, na culinária. Em São Bento do Sapucaí, o bambu faz parte do artesanato local, sendo produzidos jacás, cestos, peneiras, puçás, revestimento de parede, forros de casas, esteiras para os carroções, vasos e cinzeiros. Apresento abaixo, alguns modelos produzidos por mim mesma, com bambus retirados de São bento do Sapucaí. De onde recebem toda a energia da serra da Mantiqueira.